Bolinhas de Sabão
segunda-feira, abril 30, 2007
domingo, abril 29, 2007
quinta-feira, abril 26, 2007
quarta-feira, abril 25, 2007
Cravos de Abril
Terra da fraternidade
O povo é quem mais ordena
Dentro de ti, ó cidade
...
Dentro de ti, ó cidade
O povo é quem mais ordena
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
...
Em cada esquina um amigo
Em cada rosto igualdade
Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
...
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
Em cada rosto igualdade
O povo é quem mais ordena
...
À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade
Jurei ter por companheira
Grândola a tua vontade
José Afonso
segunda-feira, abril 23, 2007
domingo, abril 22, 2007
sábado, abril 21, 2007
sexta-feira, abril 20, 2007
A carta
" Deambulo vezes sem conta no inconsciente.
A alma, essa está calma que nem uma folha outonal, rija e seca, tão pesada que o vento não a consegue fazer voar.
Serão saudades, esse sentimento tão bom e tão injusto por vezes? Será a vida, tão escassa de soluções satisfatórias? Será a minha interminável dependência por ti? Tantos "serás" numa só vida, não é fácil! A solução mais fácil será mesmo o refúgio nos meus tais "filmes" mentais, de onde recolho, o que para mim, são os grandes valores da vida.
No dia que me quiseres descobrir verdadeiramente, verás que é possível, alguém neste mundo amar mais do que aquilo que pensas, e que numa só pessoa poderá estar tudo o que quiseres: amor, amizade, paz, cumplicidade e sobretudo, sinceridade. Não sou perfeito, mas também não sou vulgar! Neste momento deves estar a manifestar-te pelos teus direitos (força!!!).
Daqui de longe, também vai um manifesto: um manifesto ao AMOR!!!"
quinta-feira, abril 19, 2007
Quem quer um?

Beijo
....
Um beijo em lábios é que se demora
e tremem no abrir-se a dentes línguas
tão penetrantes quanto línguas podem.
Mais beijo é mais. É boca aberta hiantepara de encher-se ao que se mova nela.
É dentes se apertando delicados.
É língua que na boca se agitando
irá de um corpo inteiro descobrir o gosto
e sobretudo o que se oculta em sombras
e nos recantos em cabelos vive.
É beijo tudo o que de lábios seja
quanto de lábios se deseja.
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O corpo não espera. Não. Por nós
O corpo não espera. Não. Por nós
ou pelo amor. Este pousar de mãos,
tão reticente e que interroga a sós
a tépida secura acetinada,
a que palpita por adivinhada
em solitários movimentos vãos;
este pousar em que não estamos nós,
mas uma sêde, uma memória, tudo
o que sabemos de tocar desnudo
o corpo que não espera; este pousar
que não conhece,nada vê, nem nada
ousa temer no seu temor agudo...
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Tem tanta pressa o corpo! E já passou,
quando um de nós ou quando o amor chegou.
Jorge de Sena
quarta-feira, abril 18, 2007
Que pode uma criatura senão amar?
Que pode uma criatura senão,
entre criaturas, amar?
amar e esquecer,
amar e malamar,
amar, desamar, amar?
sempre, e até de olhos vidrados amar?
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Que pode, pergunto, o ser amoroso,
sozinho, em rotação universal, senão
rodar também, e amar?
amar o que o mar traz à praia,
o que ele sepulta, e o que, na brisa marinha,
é sal, ou precisão de amor, ou simples ânsia?
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Amar solenemente as palmas do deserto,
o que é entrega ou adoração expectante,
e amar o inóspito, o cru,
um vaso sem flor, um chão de ferro,
e o peito inerte, e a rua vista em sonho, e uma ave
de rapina. Este o nosso destino: amor sem conta,
distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas,
doação ilimitada a uma completa ingratidão,
e na concha vazia do amor a procura medrosa,
paciente, de mais e mais amor.
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Amar a nossa falta mesma de amor, e na secura nossa
Amar a nossa falta mesma de amor, e na secura nossa
amar a água implícita, e o beijo tácito, e a sede infinita.
Ghouo*
Carlos Drummond de Andrade